sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Enxaqueca e Fibromialgia

Uma das síndromes mais comumente associadas com a Fibromialgia (FM), a Enxaqueca ou Migrânea traz ainda uma pior qualidade de vida para estes pacientes, e é muitas vezes sub-diagnosticada e sub-tratada. 


A enxaqueca é um tipo de cefaléia, termo médico para dor de cabeça. Pode trazer estranheza para alguns o fato de existirem mais de 100 tipos de cefaléia, e cada uma delas possui uma causa e tratamento específicos. Felizmente, a maioria desses casos pode ser diagnosticada através da entrevista clínica e do exame físico. 

A Migrânea é mais comum em mulheres, tendo bastante relação com os hormônios femininos, pois habitualmente começa com as primeiras menstruações da adolescente e piora durante os períodos pré-menstruais. 

O que caracteriza então uma Enxaqueca? Na verdade, ela é muito mais do que uma simples dor de cabeça – este sintoma consiste no resultado final de diversas alterações que ocorrem no cérebro. Antes da crise de enxaqueca, o paciente pode sentir o que se chama de pródromos – sintomas que “avisam” que a crise vem vindo. Estes sintomas são causados por uma de falha difusa, porém leve, do funcionamento do sistema nervoso central. As “auras”, são um tipo de pródromo que consistem em sintomas visuais de bolinhas pretas, ou brilhantes, ou linhas que lembram um relâmpago no campo de visão. Além disso, o paciente pode ter uma sensibilidade aumentada para barulhos, cheiros e luz. Mais dramaticamente, pode haver fraqueza de uma parte do corpo, perda de coordenação motora e alterações na fala. 

Quando chega a dor propriamente dita, esta geralmente dura de 4 a 72 horas, é de forte intensidade, latejante, que interfere nas atividades diárias e geralmente de um lado só da cabeça. Uma das características mais importantes é a presença de náuseas ou vômitos. Isto é responsável pela crença popular que problemas de estômago ou “do fígado” causem dor de cabeça. Na verdade, o enjôo é parte da Enxaqueca. 

As crises podem ser desencadeadas por vários fatores, como cansaço e falta de sono, comuns nos pacientes com FM. Outros desencadeantes incluem o período peri-menstrual, mudanças de temperatura, estresse físico ou emocional, fome, alimentos como queijos envelhecidos e chocolates, bebidas como o vinho tinto, luzes, barulhos e cheiros fortes. 

O diagnóstico da Enxaqueca, como já citado, é clínico. Raramente é necessário um exame de imagem do cérebro como uma ressonância ou tomografia, usadas mais para afastar outros problemas e não para confirmar o diagnóstico. 

O tratamento da enxaqueca baseia-se em três princípios básicos – evitar os fatores desencadeantes, usar uma medicação preventiva e o tratamento das crises. Muitas vezes só se faz o tratamento das crises, o que não seria errado se estas forem espaçadas durante o ano. Mas deixar de tratar preventivamente uma enxaqueca freqüente pode levar a abuso de analgésicos e cronificação da dor de cabeça. 

As medicações preventivas incluem diversas classes de remédios, como antidepressivos, anticonvulsivantes e medicações usadas para o tratamento da pressão alta. O médico julgará qual é a medicação preventiva mais adequada para cada paciente.

Sem comentários: